Apreensão de mercadoria no posto fiscal e não liberação

A apreensão de mercadoria no posto fiscal pela Administração Pública, sob a justificativa de inadimplência tributária, é uma prática que ainda persiste em nosso país, apesar de ser amplamente criticada e considerada inadequada. Este artigo aborda as implicações legais dessa prática, os direitos dos contribuintes e os mecanismos legais para contestá-la, destacando a importância do mandado de segurança como ferramenta essencial para a defesa dos direitos constitucionais.

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Fiscalização de cargas com excesso de peso no Litoral, RMC e Sul. Foto: DER Paraná.

Conduta Inadmissível da Administração Pública

A apreensão de mercadorias como medida coercitiva para garantir o pagamento de tributos é uma prática inaceitável e inadequada. Este tipo de ação é reminiscente de períodos sombrios da nossa história, como a Ditadura Militar, onde os direitos ao contraditório e à ampla defesa eram frequentemente violados. Hoje, essa prática deve ser rejeitada veementemente, pois contraria os princípios constitucionais que garantem o devido processo legal.

Na FZanin Advocacia, sob a liderança do Dr. Fernando Zanin, advogado em Cuiabá MT, repudiamos firmemente essa prática. Pois, não se pode olvidar que o sistema tributário oferece à Fazenda Pública uma série de garantias e privilégios que já protegem adequadamente seus interesses. Dentre eles, a execução fiscal representa o método legítimo e respeitador dos direitos constitucionais do contribuinte para a cobrança de débitos tributários. Esse procedimento permite que o Estado empregue mecanismos legais para exigir o cumprimento das obrigações fiscais, evitando o recurso a práticas abusivas como a apreensão indevida de bens.

Medidas Coercitivas de Apreensão de mercadoria no posto fiscal frente aos Direitos Constitucionais

A Fazenda Pública dispõe de um robusto aparato legal para a execução fiscal, que deve ser o caminho adequado para cobrar tributos em atraso. A adoção de medidas coercitivas como a apreensão de mercadorias viola direitos fundamentais como a liberdade profissional, a livre-iniciativa e o direito de propriedade. Além disso, essas ações comprometem o direito de defesa e o contraditório, promovendo um sistema de autotutela estatal que é incompatível com o atual modelo de processo civil constitucional.

Privilégios da Fazenda Pública e a Execução Fiscal

O crédito tributário possui um sistema protetivo que oferece à Fazenda Pública diversas garantias e privilégios. No entanto, a execução fiscal é o meio legítimo para a cobrança de tributos, respeitando os direitos constitucionais do contribuinte. A execução fiscal permite que o Estado utilize instrumentos legais para compelir o contribuinte ao pagamento, sem recorrer a medidas abusivas como a apreensão de bens.

A Prática da Apreensão de mercadoria no posto fiscal nas Fronteiras Interestaduais

Devido à falta de pagamento do ICMS na origem:

A apreensão de mercadorias é comum nas fronteiras interestaduais, onde fiscais retêm cargas devido à falta de pagamento do ICMS na origem. Muitas vezes, essa inadimplência não ocorre por má-fé, mas sim por dificuldades financeiras dos contribuintes. A retenção de mercadorias nesses casos prejudica as operações comerciais, forçando os empresários a pagarem tributos de forma imediata, muitas vezes se endividando para liberar suas mercadorias.

Devido à algum erro no preenchimento da Documentação Fiscal:

É comum a interceptação de mercadorias nas fronteiras interestaduais, onde autoridades fiscais detêm cargas devido a erros na documentação fiscal apresentada. Frequentemente, esses equívocos são involuntários, resultantes da complexidade dos procedimentos fiscais, e não de tentativas de evasão.

Impactos Econômicos e Sociais da Apreensão de Mercadorias

A prática de apreensão de mercadorias não apenas prejudica os empresários, mas também afeta toda a cadeia econômica. A interrupção de operações comerciais devido à retenção de mercadorias pode levar empresas à falência, aumentar o desemprego e reduzir a arrecadação tributária a longo prazo. É crucial considerar esses impactos ao avaliar a legitimidade dessa prática.

O Mandado de Segurança como Ferramenta de Defesa

Diante da apreensão de mercadorias, o mandado de segurança é a medida processual ideal para contestar a ação abusiva da Administração Pública. O mandado de segurança permite ao contribuinte obter a liberação imediata dos bens apreendidos, restabelecendo seu direito ao devido processo legal. Para impetrar o mandado de segurança, é necessário reunir documentos que comprovem a ilegalidade do ato e demonstrar o interesse de agir.

Documentação Necessária e Procedimentos Legais

Para impetrar o mandado de segurança, é fundamental apresentar documentação que comprove a apreensão e demonstre a ilegalidade da medida. A liminar pode ser solicitada para garantir a liberação urgente dos bens apreendidos, assegurando a continuidade das operações comerciais do contribuinte.

A Questão da Moralidade Administrativa no caso da Apreensão de mercadoria no posto fiscal

A prática de apreensão de mercadorias coloca em xeque a moralidade administrativa, uma vez que a Administração Pública deve agir com transparência e respeito aos direitos dos cidadãos. A aplicação de medidas coercitivas sem o devido processo legal compromete a credibilidade do Estado e fere princípios éticos fundamentais.

Reflexões sobre a Legalidade e Proporcionalidade

A análise da legalidade e proporcionalidade das medidas coercitivas adotadas pela Administração Pública é essencial para garantir a justiça tributária. A apreensão de mercadorias deve ser substituída por processos judiciais que respeitem os direitos constitucionais dos contribuintes, evitando abusos e injustiças.

Conclusão

Na FZanin Advocacia, sob a direção do Dr. Fernando Zanin, advogado em Cuiabá MT, enfatizamos que a prática de apreensão de mercadorias pela Administração Pública como método coercitivo para assegurar o pagamento de tributos é tanto inapropriada quanto inconstitucional. Defendemos que o mandado de segurança é a ferramenta legal correta para contestar tais práticas e proteger os direitos dos contribuintes. É essencial que a Fazenda Pública adote métodos legais adequados para a cobrança de tributos, respeitando os princípios constitucionais e fomentando a justiça tributária, garantindo assim um sistema fiscal justo e eficaz.

FAQs

O que fazer em caso de Apreensão de mercadoria no posto fiscal?

  • A medida mais eficaz é impetrar um mandado de segurança para contestar a apreensão e buscar a liberação imediata das mercadorias.

Quais são os direitos do contribuinte diante da Apreensão de mercadoria no posto fiscal?

  • O contribuinte tem direito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório, que são violados pela apreensão arbitrária de mercadorias.

Por que a Apreensão de mercadoria no posto fiscal é considerada inadequada?

  • Porque viola direitos fundamentais, compromete a livre-iniciativa e prejudica a continuidade das operações comerciais, além de ser uma prática reminiscente de períodos autoritários da nossa história.

Como reunir provas para impetrar o mandado de segurança?

  • É necessário juntar documentos que comprovem a apreensão das mercadorias e demonstrem a ilegalidade da medida adotada pela Administração Pública.

Quais são os impactos econômicos da apreensão de mercadorias?

  • A prática pode levar empresas à falência, aumentar o desemprego e reduzir a arrecadação tributária a longo prazo, prejudicando toda a cadeia econômica.

Qual a posição do STF sobre a apreensão de mercadorias?

  • O STF, através da Súmula 323, reafirma consistentemente a ilegalidade da apreensão de mercadorias como meio de cobrança de tributos, garantindo o direito à liberação dos bens.